O tema do título desse texto te parece familiar? Se sim, você faz parte do grupo composto por mais de 1 milhão de advogados e advogadas que buscam saber como o uso de novas tecnologias pode impactar a sua advocacia.
Quando falamos em tecnologia na advocacia, logo imaginamos o uso de apps e ferramentas, automação de processos e, claro, a lenda dos robôs que irão substituir os advogados.
Mas a verdade é que a 4ª Revolução Industrial trouxe consigo uma realidade digital transformadora que vai muito além do uso de ferramentas.
Se antes os empreendedores valorizavam o know how para terem sucesso em determinado negócio, hoje o uso de big data é a grande moeda. E, no texto de hoje, você vai descobrir o motivo.
O que é big data?
Para você ter uma ideia, a cada minuto na web, 1 milhão de logins são feitos no Facebook, 41,6 milhões mensagens são enviadas no Messenger e no WhatsApp, 3,8 milhões de buscas são feitas no Google, 4,5 milhões de vídeos são visualizados no YouTube, 87 mil pessoas estão tuitando e outras 347 mil estão rolando a tela no Instagram.
Sem esquecer da plataforma do Jusbrasil que recebe cerca de 250 publicações e 1 milhão de acessos por dia.
Em outras palavras, as pessoas trocam mensagens, realizam pesquisas, fazem compras, pedem comida, vão a lugares, respondem a pesquisas, navegam na internet, baixam aplicativos, buscam soluções, postam fotos e publicam o que escrevem, e essa quantidade cada vez mais crescente de dados sendo gerados a cada segundo é o que chamamos de big data.
O que fazer com todos esses dados?
Bom, por meio de ferramentas tecnológicas em nuvem é possível agrupá-los e avaliá-los, e muitas empresas como Nike, Danone e Starbucks têm utilizado essas fontes de informações para entender seu público, o mercado à sua volta e, com isso, aumentarem seus lucros.
Muito embora o termo big data seja mais comum no ambiente online, onde, de fato, se concentram a produção em massa de dados, o relacionamento com os clientes, os contratos, documentos e petições que são produzidos no escritório e a economia da sua cidade podem oferecer informações valiosas também sobre o seu público-alvo, se você souber analisá-las e aproveitá-las.
Mais importante que o número de dados obtidos são os insights e a otimização que isso pode gerar para o seu escritório.
Por que o uso de big data é tão importante para o seu escritório de advocacia?
1 – Você terá mais informações sobre seus clientes e o mercado à sua volta
Segundo Walter Longo, um conceituado publicitário brasileiro com reconhecimento internacional, em um ambiente cada vez mais múltiplo, diversificado e competitivo, nenhum negócio pode atuar sem dados confiáveis sobre seu mercado, produto ou serviço e concorrência.
Se antes era utilizada a mídia de massa, agora se faz necessário pensar em estratégias criativas para impactar cada cliente potencial, já que as pessoas têm diferentes hábitos e necessidades, o que faz com que suas escolhas e preferências também sejam particulares.
Em outras palavras, quanto mais dados você tiver sobre o seu público-alvo, maior a capacidade de transformar isso em informação útil e relevante, tanto para informá-los e convertê-los em clientes quanto para melhorar os serviços do seu escritório.
Suponhamos que o seu escritório atue com dívidas bancárias, por exemplo. O uso de big data pode te dar informações valiosas e precisas sobre os padrões de comportamento dos potenciais clientes, como é o mercado em que eles estão inseridos, que conteúdos eles costumam consumir, que lugares frequentam e quais são suas principais necessidades.
Com isso, você terá vários insights para desenvolver estratégias mais assertivas, além de novos serviços e soluções inteligentemente pensadas para esse público-alvo.
2 – Você será capaz de otimizar processos internos e melhorar a previsibilidade e assertividade dos resultados
Não bastasse a importância dos dados para saber mais sobre o mercado à sua volta e conhecer melhor os seus clientes potenciais, a produtividade e eficiência interna do escritório passam a ter outro nível também.
Um sistema inteligente pode otimizar toda a operação burocrática e, a partir de dados, automatizar modelos de petição e contratos com menos erros, preencher os dados corretos do cliente sem ter que trocar e-mails ou ligações, além de buscar rapidamente os documentos pelas informações neles contidas enquanto você ganha tempo para o trabalho intelectual e faturável.
Através de dados também - ou jurimetria -, você pode tomar decisões melhores extraindo informações sobre processos semelhantes ao do seu cliente e quais as probabilidades daquela ação ter êxito, melhorando significativamente a previsibilidade e eficácia dos seus resultados.
Definitivamente, a análise de dados que são gerados 24h por dia, seja no ambiente online ou offline, estão revolucionando a maneira de se fazer negócios, e isso pode trazer um diferencial competitivo gigantesco para o seu escritório de advocacia.
3 – Grandes empresas e escritórios de advocacia estão fazendo uso de big data e tendo bons resultados
Se você reparar, empresas dos mais variados setores investem anualmente em tecnologias e estratégias para identificar as reais necessidades e interesses dos seus clientes e, com isso, oferecer o produto certo, para a pessoa certa, no momento certo e com o menor custo possível.
É o caso do McDonald’s, que adquiriu por nada mais nada menos que US$ 300 milhões uma solução de inteligência artificial para customizar seu cardápio. Com a nova tecnologia, os painéis eletrônicos mudam de acordo com as preferências dos consumidores locais, a hora do dia e o clima, oferecendo várias opções de sorvetes no calor e café no frio, por exemplo.
No mesmo caminho, a gigante Nestlé utiliza inteligência artificial, teste de DNA e o fato dos usuários compartilharem nas redes sociais o que estão comendo, para coletar uma grande quantidade de dados a respeito do bem-estar e da dieta dos clientes e, assim, oferecer produtos novos e que atendam a esses gostos.
No contexto forense, escritórios como o Urbano Vitalino Advogados, no mercado jurídico há 80 anos, utilizam robôs para automatizar procedimentos internos do escritório, aumentando não só o nível de acerto (de 75% para 95%), mas também a produtividade dos advogados.
Para Roland Vogl, advogado e pioneiro em tecnologia jurídica, além de diretor executivo do Programa Stanford de Direito, Ciência e Tecnologia, essa análise de dados permite prever riscos ao cliente, reduz custos e torna os advogados mais produtivos e eficientes.
Conclusão
Na história do Direito nunca vivenciamos esse cenário. Se por um lado é grande o número de advogados, por outro, as ferramentas tecnológicas possibilitam traçar perfis de clientes, prever situações e tendências e, com isso, abrir diversas oportunidades para o escritório.
Se você parar para pensar, o uso de big data está diretamente ligado à qualidade dos seus serviços, pois quanto mais dados organizados você tem, mais eficaz será a sua oferta, mais reduzidos serão os seus custos, mais produtivo será o seu tempo e mais decisões inteligentes você será capaz de tomar em favor dos seus clientes.
Nesse vasto ambiente digital onde são gerados diversos dados por segundo é necessário que o advogado saiba não apenas o que a tecnologia pode fazer, mas, principalmente, o que ele pode fazer com toda essa tecnologia.
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